terça-feira, 6 de novembro de 2012

Quando aperta o peito...

"As ânsias do meu coração se têm multiplicado; tira-me dos meus apertos" (Salmos 27:17)




Abro o mês de Novembro falando de aperto, aperto no peito.

É de vez em quando que acontece..

A sensação não é nada boa...

O ar fica pesado, a boca meio que seca e a tristeza lentamente se instala.

O medo, então, se nos impõe...a paz já nos deixou.

Sentimento de impotência, torpor...sei lá...

A angústia não tem hora pra chegar...ela simplesmente chega.

Ainda bem que passa...

Faz tempo que não ocorre comigo, não advindo de causas interiores, pelo menos, porque a bem da verdade, meu peito sempre aperta diante do sofrimento alheio.

Não quero mudar, essa empatia me faz bem...me humaniza retardando em mim os queixumes da velhice.

Mas li na página de alguém:

"Hoje meu peito está apertado"...

Aquilo tocou-me...

Tocou-me porque conheço bem a melancolia dos sinos que se tocam ao cair da tarde.

A melodia fúnebre que ecoa nos porões da existência incerta, que, mesmo acompanhada, se sente só.

A beleza que não convencida da sinceridade do espelho, espera em vão o elogio de quem lhe tiraria toda dúvida.

Enfim, conheço a angústia de ser invisível quando mais precisava ser visto.

É claro que o peito aperta...

Mas qual laço de amor jogado do céu, eis o socorro providente que me impede de sufocar no desalento.

A palavra amiga, a frase  relida, a boa notícia, o humor gentil...

São tantas as formas com que Deus me faz perceber que no peito em que bate um coração contrito, ali Ele também faz a sua morada.

É claro que o peito expande...

A melodia agora é a da sinfonia dos anjos que Ele elege para me cuidar.

A luz invade cada canto secreto e clareia segredos inconfessáveis...

As janelas da alma se abrem e ventilam o doce sopro do Espírito.

Em Deus encontramos aceitação.

Por meio de Cristo , que de peito aberto nos atraiu à cruz para fazer de nós homens e mulheres felizes...

...em qualquer circunstância...em qualquer momento, pois...

Tua Graça nos basta.


Marcelo de Paula




Á minha amiga Alessandra Ribeiro





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