sexta-feira, 13 de julho de 2012

Ser igual...



"Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo..." (Carta de S. Paulo, Apóstolo, aos Efésios 5:22)



Enquanto uns procuram com quem se identificar, outros procuram se diferenciar...

Eis a contradição humana...

Desejamos ser únicos, mas não sozinhos...caso contrário quem perceberia nossa exclusividade?

Por natureza ninguém é igual a ninguém.

Penso que  isso tudo tem a ver com a tal da auto imagem... ambos estão equivocados.

Não precisamos do outro nem para se identificar, nem para se diferenciar...

Precisamos do outro para amar...para servir...para se doar.

Uma auto imagem distorcida nos leva a esse truques mentais que alterna identificação e diferenciação, segundo nosso momento.

A grande questão é que somos todos, sem exceção,  imagem e semelhança de Deus.

Não há que se procurar uma identificação já existente e muito menos uma diferenciação inexistente.

Não fosse pelo outro, não seríamos cada qual  um "eu"...

A humanidade flerta com o abismo quando incentiva a individualidade, o egocentrismo, ao invés do altruísmo e abnegação.

Deus se submeteu a ser igual a nós na pessoa do Cristo, empatia...

Mas nós não nos sujeitamos a ser iguais uns aos outros, apatia...

Insistimos em nos destacar...em ser melhor...em subjugar o outro...

Ansiamos por plateias que nos aplaudam, que nos façam acreditar no que desacreditamos, nós mesmos.

Insisto, é tudo uma questão de auto imagem distorcida...

Distorcida pelo pecado, distorcida pela obstinação luciferiana de subirmos até o céu dos céus e assentarmos no trono do altíssimo.

Precisamos mais que nunca enxergar Deus uns nos outros...

Somente Deus, poderia nos fazer tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo.

Submetendo-nos ao projeto restaurador de Deus para nossas vidas, que passa pela cruz, seremos iguais na essência, diferentes nas experiências, mas unidos em qualquer circunstância.


Marcello di Paola

Dedicado à Clécia Janine

terça-feira, 10 de julho de 2012

Confiança


"Em ti confiarão os que conhecem o teu nome; porque tu, SENHOR, 
nunca desamparaste os que te buscam".  (Salmos 9:10)




É triste constatar, mas vivemos dias de extrema desconfiança. As relações entre pessoas que deveria ser a expressão humana da eterna comunhão da Trindade, converteu-se na dúvida que nos leva a desconfiar quase que instintivamente das intenções do outro.

A desconfiança se faz presente em toda parte onde há vestígio de homem.

A beleza e glória do Criador dissipou-se das faces, enfeiando-as e fazendo-as irreconhecíveis mutuamente.

Isso me faz pensar que vivemos uma espécie de esgotamento da credibilidade.

Chegamos ao extremo de perder a confiança em Deus e ainda assim, ou quem sabe por isso, nos julgarmos inteligentes.

Em tempos onde as relações são marcadas pela desconfiança, precisamos redescobrir urgentemente a capacidade não só de confiar, mas de nos fazermos confiáveis.

É necessário olhar mais nos olhos das pessoas, ouvi-las desprovidos de preconceitos...desejar sinceramente saber o enredo de suas vidas...abraça-las sem sentir-se ridículo.

Mas como resgatar algo que se perdeu se não estivermos dispostos a fazer o caminho de volta para encontrá-lo? Isso se refere a tudo, amor, esperança, alegria,  fé, confiança...

Em se tratando de confiança, leva um tempo considerável para construí-la e um tempo maior ainda para reconstruí-la.

De uma coisa eu sei, viver sem poder confiar é viver com medo.

No verso que abre esse devaneio, sugerido por minha fiel amiga Leopoldina Caceres,o salmista fala em conhecimento de Deus.

Sua tese é que a confiança se constrói pelo conhecimento.
Por outro lado, não se conhece sem proximidade. Alguém já disse com muita sabedoria que não se conhece uma pessoa até ter comido um quilo de sal com ela, no que concordo plenamente.

Confiança é algo muito sublime para se ter em qualquer um.

Não adianta proclamar aos quatro ventos que se confia em Deus se não andar com Ele.

No caminho de volta na procura da confiança que se perdeu, verificaremos que acabamos por coisificar as pessoas. Tornamo-las invisíveis desde o momento em que nos dispusemos ao canto da sereia,ou melhor, da serpente, de que somos melhores que o outro.

Ah, se déssemos ouvido aos dois grandes mandamento, nos quais se resumem toda a lei e os profetas, "amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo", jamais viveríamos desconfiados e por isso mesmo, inseguros e infelizes.

O fato é que perdemos a proximidade com Deus e por consequência com os semelhantes, mas aos que se propuserem a buscá-lo e conhecê-lo cada vez mais, experimentarão uma nova dimensão em suas relações...

A confiança será retomada, a segurança, a paz e..
...a alegria de viver.


Marcello di Paola


sexta-feira, 6 de julho de 2012

A felicidade está aqui...


"Já tenho entendido que não há coisa melhor para o homem do que alegrar-se..." 
(Eclesiastes 3:12)



O ser humano deveria andar de mãos dadas com a felicidade, tal qual casal apaixonado...

Deveriam se olhar nos olhos, trocar carícias, rolar na cama, beijar gostoso...

Na verdade foram feitos um para o outro.

Mas eis uma relação que vive, ou melhor, sobrevive sob triste litígio.

Desde que saiu do Éden, cenário perfeito que abrigou amor tão lindo,

o homem procura reatar com a felicidade que se foi.

Vez por outra se esbarram nos descaminhos da vida...

tudo ficou mais difícil, tudo ficou como não era para ser.

A felicidade agora é feita de momentos, dura o canto de um pássaro ou uma chuva de verão...

É visita inesperada e quase nunca se demora, a não ser que se encante com o seu anfitrião...

Que seja este o teu caso, leitor querido, a ponto de estender-se,

emoldurando em teus lábios uma eterna lua crescente.

Deus plantou em nossas almas obstinadas sementes de felicidade, pra serem regadas com a água da vida...

sementes que vingarão na medida que nos sujeitarmos ao projeto divino de restauração.

Lágrimas de tristeza se converterão em lágrimas de alegria e a felicidade, enfim, triunfará.

Em cortejo nupcial rumo ao paraíso definitivo, em meio a valsa dos anjos, eis o ser humano renovado de mãos dadas com a felicidade, trocando olhares e carícias, beijando gostoso,  prestes a se encontrar com o Rei da Glória.




Marcello di Paola

*Dedicado à Leopoldina Caceres