segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Maneiras de amar...

"Disseram pois os judeus: Vede como o amava." (Evangelho de S. João, Apóstolo 11:36)


Talvez uma das palavras mais incompreendidas da história humana seja o amor.

No geral, o idealizamos, e se ele não estiver de acordo com nossa expectativa, o desmistificamos.

Ocorre que há muita manifestação de amor passando desapercebido pelas pessoas, levando-as a falsas interpretações e conflitos perfeitamente evitáveis.

Primeiramente, o amor não se demonstra apenas com palavras amáveis. Ele pode vir em forma de uma bronca, seja de um pai, de um cônjuge ou mesmo de um amigo.

Muitas vezes ele se manifesta no silêncio de um simples olhar, ou quem sabe de um sorriso...ou ainda, uma lágrima...

De um interesse sincero... de um tempo "perdido" num bate papo casual...

De um gesto, uma atitude quando ninguém teve....um simples telefonema de "como vai..."

O problema todo é que nossas relações são construídas com base em expectativas que, não raro,  se frustram na medida em que não são "decodificadas" por nossos interlocutores.  Simplificando a questão, o outro simplesmente não sabe o que vai no nosso coração.

Nosso universo interior é por demais complexo..complicado até para nós mesmos, que dirá para os outros que só  vêem um corpo!

Amamos ser amados, mas amamos menos, amar...

Me lembro de Jesus quando ficou sabendo da doença de seu amigo Lázaro...

Ele se demorou dois dias no lugar em que estava, o suficiente para que o amigo fosse a óbito.

As irmãs de Lázaro (Marta e Maria), igualmente amigas íntimas do mestre, não podiam compreender suas razões.

Posso imaginar o sentimento de desilusão daquelas mulheres que viram Jesus curar "estranhos" instantaneamente. Questionamentos são inevitáveis em horas assim...

O fato é que Jesus amava Lázaro e sua família, mas esse amor não foi demonstrado na forma idealizada por seus amigos, mas de uma forma que ia muito além de suas expectativas.

O que o pregador deseja passar, é que o amor é menos raro do que se propaga hoje em dia. É bem verdade que nosso mundo está impregnado de ódio e indiferença sob muitos aspectos, mas é verdade também , que estamos tão carentes de ser amados, que não percebemos manifestações singelas de genuíno amor.

Portanto, amigos e amigas que comigo devaneiam, o silêncio nem sempre é sinal de indiferença...

A ausência de um sorriso, nem sempre é reprovação...

A bronca, nem sempre significa incompreensão...

A demora, pode não ser esquecimento

Mas tudo isso, pode sim, ser formas diferentes de dizer:


"Eu te amo"...


Marcello di Paola






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