quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Em algum lugar além do arco-íris

Algumas canções se imortalizam, como essa interpretada por Suzan Erens sob direção do maestro e violinista Andre Rieu.
Amo a música classica, e de alguma maneira que não sei explicar, ela me aproxima de Deus. Divido com todos, portanto, esse espetáculo e a tradução logo abaixo do clássico de "O mágico de Oz" Somewhere over the raimbow

Que você, tal como este pregador encontre Deus, se não na letra, quem sabe na voz dessa privilegiada intérprete, na harmonia dos intrumentos tão lindamente tocados ou ainda, em algum lugar além do arco-íris...


Em algum lugar além do arco-íris
Bem lá no alto
E os sonhos que você sonhou
Uma vez em um conto de ninar
Em algum lugar além do arco-íris
Pássaros azuis voam
E os sonhos que você sonhou
Sonhos realmente se tornam realidade

Algum dia eu vou desejar à uma estrela
Acordar onde as nuvens estão muito atrás de mim
Onde problemas derretem como balas de limão
Bem acima dos topos das chaminés é onde você me encontrará,
Em algum lugar além do arco-íris pássaros azuis voam
E o sonho que você desafiar, por que, porque eu não posso?

Bem, eu vejo árvores verdes e
Rosas vermelhas também
Eu as vejo florescer pra mim e pra você
E eu penso comigo mesmo
Que mundo maravilhoso

Bem eu vejo céus azuis e eu vejo nuvens brancas
E o brilho do dia
Eu gosto do escuro e eu penso comigo
Que mundo maravilhoso

As cores do arco-íris tão bonitas no céu
Também estão no rosto das pessoas que passam
Eu vejo amigos apertando as mãos
Dizendo, "como você está?"
Eles estão realmente dizendo eu... eu te amo!
Eu ouço bebês chorando e vejo eles crescerem,
Eles aprenderão muito mais
Do que nós sabemos
E eu penso comigo mesmo
Que mundo maravilhoso.

Algum dia eu vou desejar à uma estrela
Acordar onde as nuvens estão muito atrás de mim
Onde problemas derretem como balas de limão
Bem acima dos topos das chaminés é onde você me encontrará,
Em algum lugar além do arco-íris pássaros azuis voam
E o sonho que você desafiar, por que, porque eu não posso?

domingo, 23 de janeiro de 2011

A Grande Tristeza...


"Chorai com o que choram" (Trecho da carta de S. Paulo, Apóstolo, aos romanos)

Tenho me silenciado ao longo dos últimos dias em relação à tragédia das chuvas que se abateu sobre o sudeste brasileiro. Quanto mais a imprensa divulga exaustivamente as notícias e imagens do horror, sinto-me anestesiado. Posso dizer que fui surpreendido pela proporção do desastre. Essa sensação de torpor que me envolve, sem saber exatamente o que sinto toma dimensões ainda maiores na medida em que me familiarizo com o drama das vítimas. São tantos relatos comoventes que me pego algumas vezes com os olhos francamente umedecidos. Há exatos um ano atrás escrevia aqui mesmo um texto sobre o deslizamento de terra em Angra dos Reis. Dissertava sobre os paradoxos do existir, sobre o quanto a morte marca presença no paraíso em meio a cenários arrebatadores de beleza cinematográfica. Beleza e morte num mesmo lugar, realidades antagônicas que jamais deveriam se cruzar. A vontade que tenho é de correr para a "Cabana" na expectativa de encontrar Deus e lhe perguntar por que o mau triunfa? Por mais que eu tenha respostas, elas não me satisfazem, não impedem que me sinta menos que nada. Eu sei que chove torrencialmente no sudeste brasileiro em todo verão. Eu sei que pessoas morrem todos os dias, e, às vezes, no atacado. Eu sei que não se deve ocupar com moradia as encostas dos morros. Sei de tudo isso tanto quanto sei que Deus é amor...
Amor? Como assim?
Como vivenciar uma fé genuína em meio a catástrofes de tão grande proporção?
Acho que a essa altura já identifico o que sinto...Trata-se de uma "grande tristeza".
Não perdi filhos, não perdi mulher, amigos nem irmãos...não perdi ninguém, mas perdi muito. Parte de mim se foi com aquelas vítimas. Não é uma questão de empatia tão somente, mas trata-se de uma constatação. Nós,a humanidade, somos um corpo. E como tal, somos interligados ainda que desconheçamos boa parte de seus membros. Somos a espécie humana. Um dia Deus disse para alguém "Façamos o homem à nossa imagem". Isso nos faz iguais. Compartilhamos sentimentos, limitações e potencialidades. Por isso me sinto triste. Estou tomado de uma grande tristeza. O pregador, que geralmente busca palavras para confortar os que sofrem, hoje se prostra diante dessa grande tristeza, talvez como o salmista que recusava consolar-se...
Talvez seja isso mesmo...não é hora de falar...não é hora de consolar...não é hora de encontrar Deus na Cabana... Talvez a hora seja tão somente de...

...chorar com os que choram.