quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Pregador Diante do Espelho


Qual pregador experiente ainda não questionou a Divindade? Qual pregador ainda não se viu em apuros diante de uma pergunta pertinente de um fiel ousado? Graças ao bom Deus a muito tempo já me livrei de minhas máscaras, da maioria delas eu suponho. Não é fácil ostentar o tempo todo uma imagem de sabe tudo. No que diz respeito a espiritualidade, a verdade é que cada vez sabemos menos quanto mais nos aprofundamos. Evito artigos de pregadores "convictos demais" ou que "se acham". Dia desses me deparei com um que era mais calvinista do que crente. Noutra ocasião fui obrigado a ouvir de um pregador renomado, de púlpito, afirmar: "Modéstia à parte mas eu sei que prego bem". O tempo e a experiência me ensinaram que por mais que eu detenha a verdade absoluta, de nada ela valerá caso não considere, ainda que não concorde a "verdade"do outro. Pois minha prepotência, arrogância e altivez afastará meu interlocutor. É um exercício nobre interessar-se genuinamente pelas razões dos que se nos opõe. O que os levou a pensar de tal maneira, seu contexto de vida e o que apreenderam de uma existência tão cheia de inconsistências.

Desconfio nesse devaneio que nossas resistências como pregadores se dá pelo receio de ter nossas "convicções" abaladas pelas dúvidas que fiéis desprovidos de pretensões messiânicas ousam manifestar.

Áh... se como Paulo pudessemos experienciar que quando somos fracos aí é que somos fortes...

Este pregador que escreve é um fraco assumido, um pregador que questiona a Divindade, que sente frio na espinha ao ser surpreendido por questionamentos sem respostas pré elaboradas.

Aprendi que ter fé não é necessariamente não ter dúvidas, mas apesar das dúvidas...

...continuar crendo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

OBSCENAS!!!


Enquanto na Igreja Sara Nossa Terra, o Bispo Rodovalho declara que os Filhos de Deus terão independência financeira e abundância...


...no Sudão homens, mulheres e crianças sofrem na pele a independência humana que nunca receberam. Que deus é este que olha para Sara Nossa Terra e não olha para estas crianças?

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

UMA VEZ CRISTÃO: CRISTÃO PARA SEMPRE??

O debate abaixo está acontecendo na comunidade virtual "1ª Igreja Evangélica Orkutiana".
Querendo participar, acesse o link, entre na comunidade e fique a vontade.
Trata-se de um espaço diferenciado. Entre e comprove. http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=4297574&tid=5380105266445076010&na=4


FUUMA
UMA VEZ CRISTÃO: CRISTÃO PARA SEMPRE??
O que meus Amigos e Irmãos, acham disto??como Maria, pode ser nossa intercessora se o Espirito Santo é que intercede por nós e com gemidos Inesprimiveis?? http://www.youtube.com/watch?v=chTHdaVKIJw&feature=related

Marcello
Não vi muita coisa a ver entre o título proposto
e o texto, mas falando do título, me parece uma variante do "uma vez salvo, salvo para sempre"...se for essa idéia, eu digo que sim. "O que vem a mim, disse Jesus, de maneira alguma o lançarei fora". Esse é o princípio inalterável da igreja reformada.Quanto a interceção de Maria, não há polêmica. Todos entendemos tratar-se de um desvio da igreja católica

♥Inêz♥
..............É a fé, pura e simplesmente, não há explicação para isso.Na IC usam a mãe de Jesus, nas evangélicas usam os "pastores"......hehehe

Andrade
nossa, o título do tópico é interessante, mas onde entra Maria na questão?
A respeito do tópicoA linha calvinista entende que uma vez salvo, sempre salvo. Não sei se isso se relaciona diretamente com a pergunta: uma vez cristão sempre cristão. Como fui "doutrinada" na igreja presbiteriana que segue esta corrente sempre ouvia isso, e nunca concordei.Na minha opinião, singela opinião, não creio que uma vez cristão sempre cristão. Penso naqueles corações que foram sinceramente convertidos e que por motivos que só Deus sabe se esfriaram e abandonaram a fé. O fato de terem "desviado" não significa que nunca foram sinceramente cristãos.

Arnaldo
"nossa, o título do tópico é interessante, mas onde entra Maria na questão?"Fia, esse é o nosso Oda....KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

FUUMA
Amados!!
Não notaram que o titulo do Tópico tem muito haver com a Própria Mãe do Garoto??se é que ão entendi errado: Ela era Evangelica, Protestante, Crente e etc......isso é que me faz criar tal pergunta, entendem??
De protestante para Católico??conheci uma Mãe de santo que havia me dito o seguinte: Já fui Evangelica meu filho.pode isso??não teria que ser o contrário e sempre??ou isso tudo é um desvio dos caminhos???

Marcello
Maila, querida
Eu não diria "linha calvinista", mas linha bíblica, até porque afirmar o contrário forçosamente leva a salvação para as obras.Vc diz:"Penso naqueles corações que foram sinceramente convertidos e que por motivos que só Deus sabe se esfriaram e abandonaram a fé. O fato de terem "desviado" não significa que nunca foram sinceramente cristãos"Veja bem, se foram sinceramente convertidos como vc diz, els não abandonaram a fé. Esfriaram sim, isso é possível (ver artigo no fórum ou no meu blog, se preferir, "Noite escura da alma"). Qualquer cristão é passível de passar momentos de esfriamento, agora abandonar a fé jamais. A parábola do filho pródigo aponta para a realidade da possibilidade de um afastamento de Deus seguido de arrependimento após a experiência com o mundo.Quando vc fala de pessoas "sinceramente convertidas", vc fala de assunto fora de sua alçada e da minha também. Como saber quem é sinceramente convertido, senão Deus?O fato de "terem se desviado" pode ser atribuído a diversas razões, mas com certeza se arrependerão ou Deus os recolherá precocemente.Admitir a possíbildade da perda da salvação é admitir a insuficiência da obra de Cristo na vida da pessoa.Se o cristão pode perder a salvação, o que poderia levá- lo a esta perda? A pratica do pecado? O contrário então, ou seja, a não prática do pecado lhe garantiria a salvação?Se sim, isto é obras! A Bíblia diz que "onde abundou o pecado, superabundou a graça.Aqui não tem opinião pessoal, ainda que singela, tem sim, uma verdade explícita e irrefutável, pois quando nascemos de novo recebemos a vida eterna. Uma vida que não inicia-se na morte, mas a partir do novo nascimento e se a vida é eterna, o nome já diz, não acaba.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Numa tarde de sol...


Vivenciei uma experiência interessante nesta quarta feira.

Fazia muito calor a tarde e resolvi deixar o escritório para espairecer um pouco.
Fui até a pracinha de Moema, onde funciona uma feirinha de artesanato. Após caminhar por alguns minutos sentindo o frescor produzido pelas sombras das árvores, um verdadeiro oásis naquele momento, adentrei a paróquia "Nossa Senhora Aparecida de Moema". Olhos agilmente corridos pelo templo, escolhi, mais ou menos ao meio, uma, dentre as 500 cadeiras de cor marfim com acentos de couro, bastante confortáveis. Passei a ler então o boletim que peguei na entrada e me inteirar da rotina daquela comunidade religiosa. Não demorou para me dar conta da grandeza do lugar. Observei atentamente toda a dimensão do local envolto num silêncio sereno em contraste com a inquietude de minha alma. A arquitetura da igreja é de estilo Romano, com belos vitrais e afrescos pintados pelo pintor italiano Bruno di Giusti. São 25 afrescos artisticamente distribuídos pelo corpo do templo. Um misto de paz com sensação de pequenez apoderou-se de mim ao passo que a catedral crescia imponente e suntuosa diante de meus olhos. Arrebatado por aquele momento sussurrei uma oração, de início tímida, mas que foi se alongando. Era como se estivesse de fato na Casa de Deus. Por um momento me senti abrigado dos barulhos exteriores, dos medos que me atormentam, das preocupações cotidianas. Minha oração não foi utilitaria como de costume. Não pedi nada de material, apenas me confessei diante de Deus. Reassumi meus pecados e a necessidade de me apegar mais aos valores do espírito. Na medida em que avançava na oração era como se me deslocasse no tempo até os dias dos personagens retratados naqueles afrescos, verdadeiros heróis da fé, que pagaram com suas vidas para que o Evangelho chegasse aos nossos dias. Lavei minha alma, por assim dizer. O tempo passou e ja me sentia bem melhor. No entanto, mau terminei minha oração e pensamentos conflituosos, de ímpeto me assaltaram, como se a trégua do inferno tivesse cessado...
O que eu, um cristão protestante, faço aqui???
O que está havendo comigo?
Como posso buscar o altíssimo rodeado de imagens de escultura tendo por testemunha todo um cenário católico apostólico romano???
Neste momento recordei que "Deus não habita em templos feitos por mãos humanas". Tomado de alívio tive uma convicção interior de que Deus não se limita pelos nossos preconceitos.
Deus habita sim, num alto e sublime trono, mas habita também com o que tem o coração contrito e assim eu estava.
Fui visitado por Deus porque me aquietei para ouvi-lo. Porque resolvi buscá-lo desesperadamente de onde eu estava, sem me dar tempo para arrazoar em cima de conceitos humanos.
Assim, fui retribuído com a paz que excede todo entendimento...
Difícil foi sair dali, deixar aquela atmosfera celestial, mas tive que sair, afinal a vida lá fora me aguardava. Ao chegar a porta, relutei...suspirei... e saí.

O silêncio se foi, mas a paz...
...ficou.